O promotor é um jovem agricultor que decidiu cultivar açafrão e amêndoa em modo de produção biológico, numa exploração de 3,5 ha, sediada no concelho de Tomar. O açafrão é uma cultura nova em Portugal, que se adapta bem ao solo e clima desta região, com um mercado de consumidores consolidado em Espanha, França e nos Países do Norte da Europa, e com um preço de venda bastante elevado.

A exploração agrícola situa-se no concelho de Tomar, iniciou-se em 2017 e tem uma área de aproximadamente 3,5 ha. Inicialmente tinha uma produção de milho, pouco produtiva. O promotor, numa viagem realizada ao Norte de África teve contacto com a cultura do açafrão e após diversos estudos sobre a viabilidade técnica e económica decidiu produzir açafrão em modo de produção biológico, cultura praticamente inexistente em Portugal. 

O açafrão que se retira dos estames, pequenos filamentos vermelhos do centro da flor, é usado na alimentação como condimento (diferente do açafrão da índia ou curcuma), na cosmética e na área de saúde, e tem um mercado consolidado em Espanha, França e nos Países do Norte da Europa, especialmente Suécia. 

O açafrão é uma cultura mediterrânica, que precisa de verões quentes e secos e chuvas na Primavera, para induzir a floração. No caso de não haver precipitação suficiente nesta época tem de ser regado.

O açafrão é plantado com uma densidade de aproximadamente 240.000 bolbos por ha e são necessárias cerca de 150.000 flores para produzir um kg de açafrão. 

O açafrão classifica-se pela sua pureza, grau de safranina, poder corante, acidez e poder aromático, diferenças estas que fazem variar muito o valor do produto, que pode variar entre 1.000 € e 3.000 €/kg quando vendido a granel, e os 15 € /gr quando vendido embalado.

O promotor decidiu também complementarmente plantar um pequeno pomar de amendoal (0,5 ha).

- Rentabilizar uma área que produzia um produto de baixo valor acrescentado; 

- Comercializar um produto de grande qualidade que responda às elevadas exigências de mercado, fundamentalmente europeu, garantindo a eficiência de todas as operações e a qualidade da matéria prima;

- Produzir de acordo com os princípios aplicáveis ao modo de produção biológico; 

- Instalar um sistema de rega eficiente, sem desperdícios e sustentável.

O açafrão foi plantado em 2,5 ha, com uma densidade de aproximadamente 240.000 bolbos por ha, com um compasso de 75 cm entre linha e 8 cm na linha. Os bolbos são biológicos. 

Cada bolbo origina uma flor e de cada flor só os pistilos (pequenos filamentos vermelhos do centro da flor) são aproveitados. 

A apanha dos filamentos da flor do açafrão, a sua preparação para secagem e posterior embalamento são operações que têm de ser realizadas em pouco tempo e exigem muita mão-de-obra. Para garantir a realização destes trabalhos em tempo útil, o promotor tem recorrido a uma organização de inserção de social que o apoia nesta tarefa.

Cerca de 85% do açafrão será comercializado a granel para Espanha e França e 15% é embalado e comercializado para Países do Norte da Europa e Portugal.

Para a comercialização do açafrão embalado foi criada uma marca, Dona Violeta Saffron e desenhada uma estratégia de marketing adequada à imagem de qualidade.

A comercialização da amêndoa é feita através da LCN - Cooperativa dos Lavradores do Centro Norte, organização de produtores reconhecida para o setor dos frutos de casca rija.

O investimento permitiu:

- Aquisição dos bolbos de açafrão;

- Implantação de sistemas de automatização, fertirrigação e filtragem dos sistemas de rega do amendoal e do açafrão.

- Maquinaria específica e necessária para a cultura do açafrão e para a secagem através da sua desidratação;

- Site de promoção da marca Dona Violeta Saffron, destinada à comercialização do açafrão embalado.

O projeto ainda está numa fase inicial, mas no primeiro ano conseguiram-se atingir os resultados previstos: produção de 5 kg de açafrão seco.

O promotor prevê que a produção de açafrão deverá atingir o seu máximo de 6,5 Kg por ha em 3 anos (2020).  

O amendoal ainda não teve uma produção significativa, mas deverá atingir o seu máximo de produção em 6/7 anos, com 6.000 Kg por ha.