Preservação e valorização da diversidade varietal autóctone de oliveira das regiões olivícolas portuguesas. Estabelecimento da coleção nacional de referência da oliveira.

Em todos os países mediterrânicos, a maioria das atuais cultivares de oliveira  são o resultado de processos empíricos de seleção realizada pelos agricultores e mantida por procedimentos de propagação vegetativa (por exemplo, estacaria). Uma caraterística importante é a sua localização varietal. Cada cultivar está confinada a determinada região geográfica bem delimitada e são em número reduzido aquelas que são cultivadas em mais do que uma região.
A variabilidade genética é provocada pelo ecossistema natural predominante em cada região, pelo que as coleções são importantíssimas para preservação assim como para a avaliação de material de diferentes proveniências, por vezes com nomes distintos (sinonímias) ou materiais distintos com a mesma designação (homonímias).
A preservação em Portugal da diversidade em oliveira está ainda incompleta, por não ter havido um trabalho sistemático de prospecção.
Nesta perspectiva, o Instituto Nacional de Recursos Biológicos, I.P. com o contributo de diferentes entidades, propõe-se completar esta tarefa de âmbito nacional visando a instalação da colecção nacional de referência da oliveira.

O objetivo geral é a preservação, conservação e valorização da diversidade intervarietal e intravarietal autóctone de oliveira existente nas diferentes regiões olivícolas portuguesas.

1. Prospeção/colheita de material vegetal de cultivares de oliveira locais em importantes regiões olivicolas  portuguesas e preservação / conservação da diversidade intervarietal e intravarietal tendo por base o material vegetal procedente da prospeção realizada.
2. Caraterização primária. Utilização dos procedimentos de caraterização morfológica e molecular utilizando microsatélites de forma a permitir a identificação do material vegetal e o estabelecimento de homonímias e sinonímias.
3. Estabelecimento da colecçãonNacional de referência da oliveira in vivo.
4. Caraterização secundária: avaliação em coleção de caraterísticas agronómicas, pomológicas e tecnológicas.
5. Inscrição de cultivares de oliveira autóctones, incluídas nas Denominações de Origem Protegidas, no Catálogo Nacional de Variedades.
6. Obtenção da certificação varietal e sanitária para disponibilização futura ao sector da propagação vegetativa.
7. Divulgação de resultados: ações de divulgação junto dos olivicultores e consumidores e elaboração de folhetos e fichas varietais com a caraterização primária e a informação do comportamento agronómico nas regiões.

• Preservação em coleção in vivo dos recursos genéticos nacionais em olea sp. existente em Portugal, incluindo a diversidade intravarietal das cultivares de expansão nacional 'galega' e 'cobrançosa'.
• Valorização agronomica, sanitária e tecnológica das cultivares de oliveira locais.
• Informações do material vegetal que permitam responder aos efeitos das alterações climáticas.
• Expansão da área de implantação das variedades locais, na plantação de novos olivais e na reconversão de olivais antigos.
• Disponibilização para o setor viveirista de material vegetal certificado.